Alvo de sete inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) terá um deles julgado pelos ministros da Corte nesta terça-feira (17/4). A investigação apura suposto pedido de propina no valor de R$ 2 milhões feito pelo parlamentar a Joesley Batista, executivo da J&F. Caso a denúncia seja aceita nesta tarde, o tucano passará a ser réu no caso pelos crimes de corrupção e obstrução de justiça. A sessão está marcada para as 14h, mas não terá transmissão ao vivo pela TV Justiça.
Também estão implicados Andrea Neves, irmã do senador, Frederico Pacheco, primo do político, e o ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrella (MDB-MG) Mendherson Souza Lima, flagrado com dinheiro vivo. Os três foram acusados de corrupção passiva.
Segundo a denúncia, apresentada há mais de 10 meses pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Aécio solicitou a Joesley, em conversa gravada pela Polícia Federal (PF), propina em troca de sua atuação política.
O senador nega os crimes. Segundo o advogado Alberto Toron, o tucano foi “vítima de uma situação forjada, arquitetada por criminosos confessos que, sob a orientação do então procurador Marcelo Miller, buscavam firmar um acordo de delação premiada fantástico”.
Em artigo publicado nessa segunda (16) no jornal Folha de S. Paulo, Aécio Neves afirma: “Fui ingênuo, cometi erros e me penitencio diariamente por eles. Mas não cometi nenhuma ilegalidade”.
O senador discorre sobre os motivos que o teriam levado a aceitar os R$ 2 milhões. E admite ter errado em receber o dinheiro do empresário. “Mas não cometi nenhum crime. Não houve nenhum prejuízo aos cofres públicos. Ninguém foi lesado”, diz.
Taquicardia
Na última quinta-feira (12), Aécio foi internado após sintomas de taquicardia e insuficiência respiratória, segundo fontes ouvidas pelo Metrópoles. Conforme afirmou a assessoria de imprensa do mineiro, por meio de nota, a ida ao hospital se deu apenas para “exames de rotina” e que o parlamentar passava bem.
Outros inquéritos
Além da investigação sobre os R$ 2 milhões, outros seis inquéritos apuram supostos repasses de propinas a Aécio Neves e dizem respeito às delações da Odebrecht e da J&F. Em todos, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu prorrogação de prazo entre fevereiro e março deste ano. Em nenhum deles, houve apresentação de denúncia até o momento.
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