Vítimas eram jovens e não tinham outras doenças que justificassem óbito.
Correio Estado
O ano mal começou e já registrou três mortes por dengue. O último caso foi um homem de 30 anos que estava internado em um hospital particular de Campo Grande desde o dia 7 de janeiro. O secretário de Saúde do Estado, Geraldo Rezende declarou que a situação é mais grave do que os casos anteriores, que aconteceram em 2019. “Nossa preocupação é porque os pacientes não tinham comorbidades (outras doenças) para que o caso fosse agravado, além de serem jovens”, afirmou o secretário.
Em outros casos, segundo Rezende, as pessoas que vieram a óbito tinham outros problemas como obesidade, hipertensão, diabetes ou doenças que agravavam o quadro clínico, quando foram diagnosticadas com dengue. As vítimas mais recentes não se enquadravam nesse perfil.
Uma delas morava no bairro Nova Campo Grande. Ela estava internada no Hospital da Unimed e morreu no último domingo (12). Os sintomas começaram no dia 30 de dezembro. A insuficiência hepática (fígado) e renal (rins) evoluiu com alteração do nível de consciência e falência renal. O resultado positivo da doença foi confirmado por meio de exame feito em laboratório.
A primeira morte registrada por dengue em Mato Grosso do Sul foi de um homem de 29 anos, em Corumbá, na última quinta-feira (9).
A primeira vítima teria ido a um hospital particular e após ser atendido, não ficou internado e acabou sendo liberado. Depois ele teria passado mal novamente e teria ido a um hospital público e novamente foi liberado. Por fim, a vítima teria procurado novamente o hospital público e teria ficado internado, mas já era tarde. O caso agravou e ele foi transferido para o Centro de Terapia Intensiva (CTI), mas não resistiu e faleceu de dengue hemorrágica.
O terceiro caso aconteceu no dia 10 de janeiro em Sete Quedas. Paciente do sexo masculino tinha 17 anos.
SECRETÁRIA DE SAÚDE
A Secretaria de Estado de Saúde declarou que fornece apoio técnico e logístico aos municípios e que Comitê Estadual de Combate às Arboviroses (CECA) foi criado para definição de políticas públicas de combate e controle dos vetores transmissores das arboviroses (doenças causadas por arbovírus). O CECA também terá o papel de mobilizar a sociedade civil organizada no enfrentamento da epidemia da Dengue, Chikungunya, Zica e de outras arboviroses. Outra atribuição é articular esforços com as instituições governamentais federais, estaduais e municipais, e com instituições privadas, no enfrentamento a quaisquer eventos epidemiológicos.
Para auxiliar os municípios no tratamento contra a doença, a SES enviou insumos do programa da dengue, através do caminhão da CAF, aos 79 municípios. Foram distribuídos 37,1 mil frascos de soro fisiológico, 14,5 mil frascos de dipirona e 29,7 mil de paracetamol.
Também foi enviado material gráfico de dengue para orientação de profissionais dos 79 municípios via NRS – cartaz de classificação de risco e exames para identificação da fragilidade de vasos sanguíneos e tendência de sangramento.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que está em contato constante com os municípios, tanto na parte de Controle de Vetores como na assistência e vigilância epidemiológica. As ações são interligadas. Algumas condutas são orientadas como, por exemplo, colocar em ação os planos de resposta contidos no Plano de Contingência Estadual e Municipal.
O Governo do Estado também investiu em estrutura, distribuindo equipamentos e materiais as prefeituras. Os municípios de Mato Grosso do Sul também receberam 4,5 mil uniformes, 2,6 mil bolsas de lonas totalmente equipadas, 880 máscaras, 620 macacões, 3,7 mil luvas, 1 mil botinas, 4,5 mil filtros, 170 bonés, 36 mil sacos de lixos, 630 óculos de proteção, 570 mil folders, 720 faixas, 23 mil cartazes e 1 mil banners.
A Coordenadoria Estadual de Controle de Vetores também disponibilizou 16 máquinas de UBV pesado para os municípios de Campo Grande, Dourados, Três Lagoas, Corumbá, Coxim, Naviraí, Corguinho, Rio Negro, Aquidauana, Bataguassu, Ponta Porã, Sidrolândia, Terenos, Água Clara e Bonito. Também foram distribuídas 56 bombas costais motorizadas no Estado.
Foram capacitados 79 coordenadores de Endemias, para atuação em cada município, 189 supervisores de Endemias, 359 agentes de Endemias, 26 técnicos de laboratório e 162 técnicos operacionais.
O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) realiza exames dos 79 municípios. Para o diagnóstico da dengue, zika e da febre chikungunya, são realizados os exames de biologia molecular (PCR) e sorologia (Elisa), feitos por kits IgM, NS1 e IgG.
De acordo com a Secretária Estadual de Saúde (SES), em 2019 foram 66.634 notificações de dengue no Estado.
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