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Alckmin defende fazer reforma da Previdência logo “de cara” após eleito

Reuters

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta quarta-feira que vai fazer uma reforma da Previdência logo “de cara” se chegar ao Palácio do Planalto, e destacou que aquele que vencer a eleição tem de usar a legitimidade das urnas para avançar na agenda de reformas nos primeiros seis meses de mandato.

© REUTERS/Adriano Machado Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presidência da República, durante debate em Brasília

“A legitimidade disso, a força do voto da democracia, é fundamental, e eu diria que os primeiros seis meses são essenciais para fazer as reformas que precisam ser feitas”, disse Alckmin em evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com pré-candidatos à Presidência.

“Pegar a reforma da Previdência, excluída aumento de alíquota, é toda PEC. Tem que fazer de cara. Então a nossa equipe está trabalhando, fomos buscar os melhores profissionais para fazer as reformas”, acrescentou.

O pré-candidato do PSDB à Presidência disse que não há o “menor sentido” de haver dois regimes previdenciários. “O trabalhador da indústria, do comércio, a média de aposentadoria é 1.391 reais. E ninguém passa de 5.000 reais. O setor público federal pode escolher, 8 (mil), 17 (mil) e 27 mil reais de média”, afirmou.

O tucano disse já ter feito a reforma do sistema em São Paulo. “Todo mundo que entrou depois da reforma, é previdência complementar”, afirmou. “Hoje o déficit é 18,5 bilhões (de reais), pior que é crescente. A reforma é para ontem, fazê-la rapidamente, tudo no primeiro semestre do ano que vem. Quanto mais rápido fazer, recuperamos a confiança”, reforçou.

REFORMA FISCAL

O pré-candidato disse que, se eleito, vai zerar o déficit fiscal do país em 2 anos, como uma das formas de ajudar o Brasil a crescer 4 a 5 por cento ao ano. “A primeira questão que destacaria é a questão fiscal. Não tem como empurrar 6 anos de déficit fiscal. Vamos zerar o déficit em 2 anos”, destacou.

Alckmin citou o exemplo de São Paulo, Estado que deixou –mesmo passando pela crise econômica– com superávit primário em suas contas. “A crise foi igual para todo mundo. Ajusta, ajusta, ajusta, ajusta. Quem apaga a luz é quem paga a conta. O presidente da República é quem vai pagar a conta”, disse, ao destacar que a “conta desequilibrada” não vai ter crescimento.

“Vamos fazer uma grande reforma fiscal, como fizemos em São Paulo”, afirmou.

Alckmin também defendeu uma reforma tributária que simplifique o atual sistema, com a adoção do Imposto sobre Valor Agregado (IVA). “IPI, ICMS, ISS, duas contribuições PIS/Cofins, faz uma transição ano a ano e você simplifica o modelo tributário e tendo um modelo tributário melhor é possível reduzir a carga tributária”, explicou.

“O IVA vai fazer justiça. O IVA dilui mais na cadeia e beneficia mais a indústria e elimina o acúmulo de crédito na exportação”, disse. “Nós podemos dar um passo melhor, não só o ICMS, mas juntar os cinco no IVA. A ideia não é tirar de um e dar para outro. Ter ganho de eficiência na economia. Não tem a menor dúvida, imposto de consumo tem que estar na ponta e o IVA vai trazer vários benefícios. A ideia é mudar ano a ano e trazendo os benefícios. Acho até que pode, com carga tributária menor, não ter perda de arrecadação”, reforçou.

O pré-candidato também afirmou que vai reduzir o imposto de renda para pessoa jurídica, recebendo as primeiras palmas da plateia. “Nós temos que estimular novos investimentos, venham para cá, estimular as empresas”, disse.

Alckmin ainda defendeu a abertura comercial, estimulando a importação e exportação. “Vamos confiar, desregulamentar, simplificar fortemente a nossa economia”, disse, sendo novamente aplaudido.

O tucano afirmou que é preciso ter um foco no emprego, se valendo de acordos comerciais no exterior para ajudar na geração de postos de trabalho. Ele disse que vai defender com firmeza o produto brasileiro, no momento em que há uma tendência de protecionismo no mundo.

Na parte das perguntas, o ex-governador disse que há uma tendência forte de se valorizar a educação de terceiro grau, mas defendeu um reforço na educação básica no país como forma de aumentar a produtividade. “A nossa meta é subir 50 pontos no PISA e aí teremos 1 por cento no ganho de produtividade”, disse.

O pré-candidato defendeu ainda se reduzir custos para se produzir e melhorar a logística no país. “Na economia de mercado o que cabe ao governo é garantir a competitividade”, afirmou. “Não tem uma medida, uma bala de prata, mas um conjunto de medidas que vai melhorar a produtividade”, reforçou.

Ainda longe das primeiras colocações nas pesquisas de intenção de voto ao Palácio do Planalto, o ex-governador se disse confiante de que vencerá a corrida ao Planalto.

“O doutor Geraldo tem chance de ganhar a eleição? Mas eu quero dizer que eu vou ganhar a eleição para mudar esse país. A eleição só vai começar depois do horário do rádio e da televisão, que é 31 de agosto. A eleição vai ser curta, ótimo, não precisa de 1 ano. Aí sim o voto se define”, afirmou.

(Reportagem de Ricardo Brito)

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