O preço da gasolina subiu novamente nos postos brasileiros na semana passada e já chega a custar R$ 7,999 por litro em Bagé (RS), onde a pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) encontrou o maior valor.
Na média nacional, o combustível foi vendido a R$ 6,710 por litro, alta de 2,2%, ainda com repasses do último reajuste promovido pela Petrobras, de 7%, no fim de outubro. O valor é um novo recorde desde que a ANP começou a compilar os preços dos combustíveis no país, em 2002.
O preço do diesel também manteve tendência de alta, chegando a R$ 5,339 por litro, na média nacional. O valor é 2,4% superior ao praticado na semana anterior. Em Cruzeiro do Sul (AC) o produto já é encontrado por R$ 6,70 por litro.
O diesel foi reajustado em 9,1% no mesmo dia em que a Petrobras aumentou a gasolina. A alta levou a protestos de caminhoneiros e transportadoras, com uma tentativa frustrada de paralisação nacional no início do mês.
A escalada dos preços dos combustíveis e o risco de nova paralisação de caminhoneiros vem gerando uma ofensiva do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra a Petrobras, em mais uma estratégia para transferir a responsabilidade pela crise.
Nesta segunda (8), ele voltou a reclamar do elevado lucro da estatal e defender sua privatização. “Vamos reclamar de quem realmente é o responsável por isso: a Petrobras é a responsável”, disse o presidente, em entrevista à rádio Jovem Pan.
“É uma empresa que está existindo em um monopólio para si e para seus acionistas. Eu quero divulgar, os números são astronômicos dos lucros da Petrobras ao longo dos anos, e grande parte vai para acionistas.”
Na entrevista, o presidente repetiu que a Petrobras está prestes a anunciar novos reajustes, embora a estatal negue que antecipe decisões sobre preços ao governo.
A série de declarações do presidente sobre a Petrobras levou à abertura de investigações na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), pelos efeitos sobre a cotação das ações da companhia em Bolsa de Valores.
Segundo a ANP, o preço do botijão de gás permaneceu estável na semana passada, quando ficou em uma média de R$ 102,48. Já o etanol hidratado caiu 1,9%, para R$ 4,099. O gás natural veicular subiu 2,4%, para R$ 4,256 por metro cúbico.
Este mês, começou a vigorar o congelamento dos preços de referência para cobrança do ICMS sobre os combustíveis, medida que ajudaria a suavizar os repasses às bombas, segundo defendem o governo e o setor de combustíveis.
Desde o reajuste do fim do outubro, o preço da gasolina nas bombas tem alta acumulada de 5,1%. Já o diesel subiu 7,1% no período.
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